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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um Povo

Um dia eu estava perdida. Perdida, mas eu sabia onde estava. Estava na minha cabeça e meus pensamentos insistiam em perguntar:
- A qual povo você pertence?
Eu rapidamente respondi:
- Não pertenço a povo algum.
E meus pensamentos novamente:
- Para onde você está indo?
Em silêncio respondi:
- Sozinha e perdida.
E andando perdida fui a meus pulmões que respiravam um ar sujo, compartilhado por seres que se corrompiam por qualquer moeda, e eu me negava a fazer parte desse povo. Até meu ar eles queriam roubar, para vender ou trocar por qualquer coisa suja como eles. Saí correndo e fui para meu estômago. Ele estava parado, mal conseguia trabalhar, devido às coisas que me fizeram engolir. Então, este se revirou e empurrei tudo para fora em um vômito, na cara desse povinho que eu também negava, que queria que eu engolisse tudo calada.
Depois, bebi uma água para acalmar-me. E a água levou-me às minhas veias, e fiz um passeio por todo meu corpo, e parei no coração.
Lá encontrei pessoas simples de alma, justos nas palavras e sinceros nos olhos.
Uns estavam descalços, outros doentes, havia pessoas tristes e outras alegres.
E mais que depressa me juntei aos alegres. Fizemos uma festa. E alegramos os que estavam tristes, e demos esperança aos doentes, e junto com os descalços caminhei de cabeça erguida. Quem precisa de sapato para caminhar no caminho do bem? Deixem os pés livres para que nos levem ao lugar certo.
E não mais sozinha estou, caminho com esse povo, e lutarei junto com ele para limpar nosso ar e escolher o que comemos.
A água que bebemos é limpa, do fundo do poço que sempre sairemos caso alguém nos jogue lá novamente.
E lutarei, e jamais desistirei de transformar. Agora sei quem sou, pois sei a que povo pertenço.

Daniele Silva dos Santos

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