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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Corrupção: Questão de Escolha

Em um de seus textos, entitulado “Só de Sacanagem”, Elisa Lucinda, atriz e escritora diz: “É inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.” Neste trecho ela coloca a resposta que as pessoas dão, quando ela fala de sua honestidade. Além de demonstrar toda sua indignação com a realidade brasileira, ao que se refere a corrupção.

Eis a pergunta: quem é mais corrupto? Os políticos ou o povo? Os políticos, que desviam grandes quantidades em dinheiro, para contas pessoais, que compram votos para se elegerem e que priorizam seus interesses além dos do povo? Ou o povo, que vende seu voto, que vai atrás de benefícios em épocas eleitorais, que não cobra o que foi prometido, devido a falta de interesse com o social e também, por saber que não tem moral para cobranças? Esse povo que discute sobre política e enche a boca para criticar os administradores que eles mesmos colocaram no poder. É daí que sai a afirmação de que cada povo tem o governo que merece.

Existe ainda uma terceira opção: o sistema, que não é preparado para a honestidade, com buracos nas leis que proporcionam a facilidade da corrupção, que muitas vezes é burocrático para os pequenos, que se veem obrigados a não respeitá-lo por questão de sobrevivência. Então palavras como honestidade e ética, ficam apenas no dicionário ao confrontar com a necessidade de sobreviver em um lugar que não tem ordem. Todos sabem que isso não é de agora, e ninguém sabe quando essa ordem realmente existirá.

Em um julgamento onde o que se leva em consideração é a escolha em ser ou não ser corrupto, todos devem estar cientes, que nada pode ser desculpa ou explicação para um desvio de conduta.

Não tem divisão entre políticos e povo, ricos e pobres, são todas pessoas que vivem em um país onde a corrupção faz parte da cultura, desde pequenas ações até grandes roubos. Mas como Elisa Lucinda também coloca em seu texto, “sei que não se pode mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar para mudar o final”.

Daniele Silva dos Santos

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